domingo, 21 de dezembro de 2014

Morte não vento

Perdida na ilha cheia de mim
ela é toda repleta de eu
narcisismo quebrado
os cacos no chão

No céu ou no mar o que vejo é fim
a luz é toda reflexo do breu
membros atados
conjuntos de nãos

Estou em modo subjuntivo
egoísta, altruísta, anômico
sou só cansaço
nada mais me encanta
nada mais eu faço

Revivo a fase dos porquês
intensamente
a mente a memória visita
grita
a voz solta no tempo

Raiva não tenho
Fome não tenho
Medo talvez
Mas não sei se sei
O que deveras sinto

Sede não tempo
morte não vento
sussuro os movimentos
sou labirinto dentro de mim

Estradas, bandeiras, discos, códigos
Sujeitos sujeitos
Assujeitados
Morrem, matam
Sem querer, sem saber

Não sei ser um só
Não vivo
Prefiro ser muitos
Viva o corpo no mundo
O copo sem fundo
O fundo do breu

Findo, finito, delimitado
Dissimulado
o fim do fim
o recomeço
recomeça