terça-feira, 14 de abril de 2015

Ser mosaico

Estou aos cacos,
Em cores diversas,
Espalhados no chão,
Em tons de azul, verde e carmim
Foscos, brilhosos,
Uns maiores, outros nem tanto,
São todos pedaços de mim.

Seres humanos,
Dias chuvosos,
Hoje morreu o Eduardo Galeano,
Mas não a utopia.

A neblina a noite anuncia,
Fria e calada.
Os cães choram de madrugada,
E os loucos fingem não gozar do privilégio
de não ter que ter que corresponder.

O álbum de fotos que hoje me despiu,
Me acolheu e me bateu com as mesmas lembranças,
Nada que eu não goste de lembrar,
Nada que eu prefira esquecer,
Ser herói, ser humano, ser franco, ser fraco.
Ser criança,
Ser mosaico.