quinta-feira, 30 de junho de 2011

Até a vontade deixou de existir.

Nada existe sem ti,
nem os acordes tristes que dedilhei noite passada,
nem a madrugada fria que não me deixou dormir.

Parei no nosso último beijo,
na nossa nudez sobre a cama,
nas imperfeições do acaso.

As olheiras crescem
mais do que a saudade que me consumiu.
Nem vontade eu tenho mais...

Tem coisa mais triste que um sujeito sem ambição?
Não falo de riquezas ou títulos.
Falo da vida, do amanhã, do prazer.

Pensando em você

Não, não sonhei com você...
... pelo contrário,
não consegui dormir.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Modinda

A moda muda
A moda é muda
Amiúde...
Precisamos dela?
Prescindimos dela?
Que mistirófio!!!
São miudezas.
Magnânimidade murcha.
Megalomania.
Magazines,
Museus.
Meses,
Milênios.
Micro,
Macro.
Meso,
Média,
Moda.

Elação

Oferecia canções,
Agora afronta.
Fala com soberba,
Me intitula egoísta,
Fere.

Altivez.
À flor da pele,
(Ar)risca sua candura sem perceber.
Se o que queria era um beijo,
Bastava ter dito.

Não precisava ter "perdido seu tempo",
Nem ofendido o meu.

Infância

Pedacinho de flor
Filha do sopro mais doce do vento
Pétala
Corre, pula, salta, grita
Contempla a vida da sua forma mais bonita

sábado, 25 de junho de 2011

Antes que seja tarde.

Você não me conhece,
mas me desconserta.

A noite passada tinha seu nome.
O dia de hoje também.

Até agora não sei o que aconteceu
Se é que (não) aconteceu. Queria entender...

... mas é melhor que a gente se afaste,
Não quero pagar para ver o desfecho.

Começamos mal,
ou foi um fim sem começo.

Vaidade

Hoje alguns micrômetros de resina me impediram de sair de casa
Foram mais fortes que uma contenção no meu portão
Que algemas de aço em minhas mãos
Ou que a perda do molho de chaves.

Campo de força chamado vaidade
Temor da reação dos vulneráveis
Pânico da não reação dos vulneráveis
Metamorfoseei-me em um deles.

O mesmo infortúnio deixá-los-iam em casa também, eu sei
E talvez eu não dissesse nada,
ou dissesse...
Silêncio dos que notam e simulam não notar

Maldita tampa de caneta
Dentes frágeis
Micro falha estética
Mentes frágeis

Vou reabilitar meu sorriso
Alguns reais
Somados a alguns minutos
Pronto!

Como num passe de mágica
Amanhã acordo cedo
Tomo banho, escovo os dentes
E volto à banalidade.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Só hoje

Conhecer-te me fez mais frágil do que costumava ser
Reconhecer-me em ti me fez amar-me mais
E querer amar-te mais
Quis mudar, e me orgulhei do que sou.

Pensei que fosse vontade de retribuir
Mas descobri que isso é tão pequeno
Quando vi você chorar
E tive vontade de te cuidar

Cuidar por cuidar,
Sem contrapartida,
Por tempo indeterminado
Dar carinho, fazer cafuné

Quando digo que você me faz bem
Estou pensando em dizer te quero.
Sem cobrar nada de você...
Só você.

Para quem não queria nada.
Acho que já estou querendo demais.
Mas já ficaria satisfeita
Se deixasse eu cuidar de você só por hoje.

O único problema seria
Eu querer ler esse poema para você de novo
Amanhã,
E depois... e depois... e depois...

Os ventos de junho...

Nunca pensei em te dar carinho
Muito menos em te ver chorar
Nunca pensei em pensar tanto em você
Muito menos nessa vontade louca de te encontrar.

O mundo girou muito nas últimas 24 horas
Ainda estou meio tonta
E bastante confusa.
Sua voz ainda pulsa na minha memória.

Seus olhos em minha lembrança.
Seu perfume em meu vestido.
Não consigo dormir...
É intensidade demais para permitir o sono.

Eu peço para o cérebro parar de pensar
Mas ele não obedece
Coração interfere...
Será que estou a me apaixonar?

Foi tudo tão rápido
Sorrisos, confissões e agora lágrimas
Um furacão passou por aqui
Não dá para negar

O que vou dizer a ele quando voltar?
Que o feriado não foi dos melhores?
Que tudo mudou de repente?
Não sei...

Espero que os ventos se acalmem
E que a respiração retome seu ritmo natural
Mas, e se o coração continuar batendo mais forte?
Não sei...

É falta de sorte?
É medo da morte?
É medo da vida.
Feridas demais para curar...

... acho que nunca mais vou me apaixonar.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Eu quero, tu queres, ele quer...

Ele quer...
Ele quer...
Ele quer...

De tanto querer
Tornou-se um querubim
O anjo mais desejante do universo...

Eu quero,
Tu queres,
Ele querubim...

Quantos céus seriam necessários para me explicar...

Sou um monte de qualquer coisa
Expurgando desespero;
Agregando esperanças.

Quantos céus seriam necessários para me explicar...
...aonde se escondeu Deus?
Aonde?

Definitivamente, as divindades não trabalham com a ideia de meritocracia...
Esse aprendizado é tão misterioso.
Incompreensível!

Com que valores trabalham?
Por favor, algúem me diz!?!?!?!
Irei buscá-los.

Amar não basta?
Perdoar não basta?
Acreditar não basta?

Chorar não basta!
Poço sem fim;
Não é o bastante.

Me diz, O QUE É PRECISO??????
Qual renúncia é necessária?
Renuncio.

Não adianta o medo, Não adianta a angústia, Não adianta a dor...
Mas se apresentam tão atuantes quanto desnecessários...
Ah, a impotência...

Só tenho um pedido:
Me levem qualquer coisa,
Mas não me levem mais ninguém...

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Confraria da luta

Iniciamos outra batalha.
Serão dias longos.
A guerra se anuncia eterna,
E seu fim nunca pareceu tão incerto.

Armem-se soldados,
Estejamos atentos.
O mundo carece de amor
e de esperança.

Não é necessário que sorriam todos os dias,
Mas não chorem tanto.
O inimigo é a dor,
E se alimenta da nossa tristeza.

Sejamos fortes.
Somos um exército invencível.
Temos instrumentos infalíveis.
E sabemos usá-los bem.

Força. Coragem.
Fugir não adianta.
Amanhã é um novo dia,
E precisamos estar a postos.

Viver é uma luta constante,
Mas somos incansáveis.
Desistir é proibido para nós.
Lembrem-se: Teremos sempre uns aos outros!

Não há tempo para fraqueza,
Cada passo é definitivo.
Se o campo estiver minado,
Saquem suas asas.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Pedaços

                       



                                            Acorda amor
                      Eles já vieram nos buscar   Amor acorda
Parece que chegaram antes do tempo  Vieram mesmo nos buscar
 Não vou poder te beijar como queria  Eles não vão esperar eu dizer nada
           Dizer as coisas como pretendia   Sentir-te como eu te sentia 
               Só sinta o calor do meu colo,  Caber-te em um abraço.
                            E grava o meu timbre   Acariciar-te;
                                             “Amo você”,  Olhar-te; 
                                                         Amo.   Amar-te;
                                                                     Ter-te.

Ao outro na cidade de JK.



Autorizou-me o clique
E é provável que nunca o materialize
Em sua triste retina.

Um João sem contexto
Na capital do Brasil
É o texto da textura.

Entre a fé e a arte
Um homem desfruta seus superpoderes
Invisibilidade, Resistência.

Pedindo permissão às curvas
É só um ponto na paisagem
Escondido por entre as sombras

Não sei por que minhas lentes pulsaram...
A culpa inconsciente;
O desejo errante.

A vida tem dessas coisas
Grandes feitos
Pequenos fatos.

Cegados de tão vistos
Chupando a vida pelos poros
Escorrendo pelos (não) olhares alheios

Contrastes saturados
Antes que se tornassem
Tornaram-nos, tornamo-los.

Delineiam os dias
São a margem, estão à margem
Cumprindo com presteza o anonimato.

Duetos

Não sei se eram pardais
Ou cardeais
Não sei se cantavam comigo
Ou se cantavam para mim

Ao violão, deixei-me acompanhar...
O exercício solitário tornou-se um lindo dueto.
Os passarinhos respondiam às melodias
Com muita suavidade, alegria. Por vezes, com melancolia

Essa noite não tive vontade de chorar
Senti-me acompanhada
Num canto belo (em som e espaço)
Tão sincero

Viajei, fui longe.
Mas precisei voltar.
Uma improvisação inesquecível...
Voltem sempre para me buscar.

Encontros

Acho que não mais te vejo.
Não deu tempo de fotografar.
Mas te guardei na memória.

Não quero te esquecer. E nem posso.
Já fiz três poemas e duas canções.
Arrisquei até algumas pinturas.

Ando cantarolando.
Sempre te procurando.
Não dá para esquecer...

E nem quero.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Ex-Prêt-à-porter

Já foi alta costura
Hoje é poeira e traças
Aguardando na prateleira
Pronto para vestir

Sofisticado coração
Feito sem encomenda
Desvanecendo entre as medidas
Sempre mais largas; sempre menores

Curto, apertado
Comido nas pontas
Puído na gola
Tecido desprezado

Recortes baratos
Em artérias pulsantes
Não há quem lhe caiba
Saiu de moda

Cairia tão bem
Era tão cobiçado
Mas mudou a estação
É estoque ultrapassado

Qualidade,
Conforto,
Resistência,
Durabilidade,

Lealdade,
Paixão,
Carinho,
Amizade.

Retalhos de puro tecido
Sem muito glamour, é verdade
A mais bela estampa
Na ex-cobiçada textura

Exclusivo
Acessível
Irrecusável...
Esquecido na vitrine

Mesmo sujo, remendado
Encardido,
Aos trapos,
Valeria a pena.

A oferta é perfeita
Mas ninguém crê
Um coração desses
Na liquidação

Empreendimento caro
Amar sem medida
Um dia foi grife,
Agora é gafe.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

"Eu não te amo mais..."

Foram as palavras mais mudas que já ouviu.
Elas simplesmente não diziam nada.
Continuavam se amando.

João de Barro

Fincados no chão
Temiam a chuva
Jamais brotariam
Não podiam ser regados
Um par
Um par de pés de barro.
Que decepção.

Saudade de quando eu não sabia o que era crise existencial

Cabide de donzela
Rabo de tatu
Farofa na gamela
Quem saiu foi tu...

Pata
Peta
Pita
Pota
Puta

Rádio amarelo
Pirulito colorido
Laço de fita
Bola, corda, primo, quintal

Correr, correr, correr, correr...

Texturas diversas pelas paredes.
Bota a mão...
Bota a mão pra ver como é,
Bota na boca pra ver melhor.

Corre, pula, grita, chora, sorri.
Eu sou o infinito
Mesmo sem saber o que é isso...
Sou o meu super-herói favorito.

domingo, 12 de junho de 2011

Um dia ele vai ver...

O sol me olha com deboche
Pergunta o que eu vim fazer aqui
(Como se eu soubesse)
Responderia com a mesma ironia,
Não fosse tão apaixonante
!

Miudezas

Há algo de branco no verde
Que se revela por entre as folhas

Toco de pau
Oco de pau
Olho da mata
Ilha de luz

A soma das cores
Não deixa sumir...
Reflete o branco
Refunda o verde

Há algo de torto na vida
Que se revela por entre as retas

Cheiro de barro
Tempero
Beijo roubado
Poema antigo

Olho d´água
Saliva do mundo
Nuvens de mel
Na boca do céu

O gato na mata
O poeta e a lata 

Não é esconder
É brincar de revelar
Do jeito mais gostoso
Acariciando aos poucos

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A tarde de ontem...

Como pode tanta beleza...
Deus só pode estar brincando.
Desbancou o pôr-do-sol do cerrado,
A noite de Amsterdã,
Os olhos da anciã.
...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Planos


Vêm assim
Um depois do outro
Relativizando grandeza e pequenez

A poesia das imagens
Encanta
Engana
Atropela

Pequenina flor
Dentro do matagal
Fronte aos olhos

Imperceptíveis
Invisíveis
Indizíveis

Ventre verde
Tecendo escondidos
Planos morno-lilás.

sábado, 4 de junho de 2011

...

Entenderia o choro
Se chegada a hora
A passagem encanta os olhos
e revela os caminhos.

Resposta a Hipnos

Minha batalha
É batalha sem fim
Ou é batalha sem mim

Na luta
Viver é lutar
Lutar é a vida.

Na vida
Lutar é viver.
Viver é a luta.

Hei de seguir vencedor.
Até o fim.
Luto.

Sem margens

        Do lado de lá não vou.
   Do lado de cá não estou.
      Não tenho canoa nem sei nadar.
  Mas vou mergulhar...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Caprichos da palavra

Visto-a de rima
Quando pede
Mas se prefere
Sai nua mesmo.

Só 10% é mentira.

Manoel calou-me com suas palavras,
com seus versos,
com seu sorriso,
com seu silêncio.