quinta-feira, 26 de abril de 2012

Inócuo

Inofensivo,
incolor,
inodoro,
insípido,
indescritivelmente passivo.
Não dá para se apaixonar por alguém assim...
Só a despedida não foi
indolor.
Até a despedida mais curta corta.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Like a joke!

Assim é o amor, sabiamente irmão da astúcia e vítima da essencialidade. Constrói um sistema de defesas que se revolta contra ele. E explode em auto-imolação. (Drummond)

Linha do tempo

O futuro é mais meu presente que meu passado
O presente é mais meu passado que meu futuro
O passado é mais meu presente que meu futuro...

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Ai, que saudade de mim.
Por favor, volte(o) logo!
O que mais me dói nem é a solidão,
É não saber onde estou...

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Soledad - Jorge Drexler

"Soledad,
Aqui están mis credenciales,
Vengo llamando a tu puerta
Desde hace un tiempo,
Creo que pasaremos juntos temporales,
Propongo que tú y yo nos vayamos conociendo.
Aquí estoy,
Te traigo mis cicatrices,
Palabras sobre papel pentagramado,
No te fijes mucho en lo que dicen,
Me encontrarás
En cada cosa que he callado".
Ya pasó,
Ya he dejado que se empañe
La ilusión de que vivir es indoloro.
Que raro que seas tú
Quien me acompañe, soledad,
A mi que nunca supe bien
Cómo estar solo.

sábado, 14 de abril de 2012

que fazer
com essa vontade de você?

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Senhor, dai-me um coração novo,
Esse meu, antigo, anda cheio de vícios,
É difícil contê-lo,
Não sei mais educá-lo,
E, fora a desobediência,
Está começando a me convencer...

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Para que pensar neles para falar de mim?
Se é assim, nós somos eu e eles nunca existiram?
Projeção do "eu" no "eles" para negar o outro em mim?
Não devo, não posso, não vão me engolir...
Rumino a semente da alteridade
E rezo para que não demore a chover.

Os olhos meus


Gosto de ter nos olhos a altivez e a melancolia,
E gosto de não saber o que isso significa.
É o mistério que me desnuda.
O vento é um amigo
O tempo, conselheiro
Prefiro as noites e durmo de dia,
E só então lembro que não podia.
Queimo incensos de lavanda
Toco canções em tons menores
As olheiras me vêm fazer companhia
E temperam a insônia que a madrugada anuncia.
Lembrando dos sonhos mais bem guardados...
A Ana tem ambições tão bobas
Que chega ser difícil concretizá-las

Seus planos de suor e éter
Exalam um tempo auspicioso

Vive a defenestrar consternações
Enxugando prantos,

Conjuga verbos no futuro
Trabalhando-os desde presente do indicativo

Longe da perfeição
Evita arrependimentos

A imperfeição fica para o pretérito
Subjuntivo império do se

Prefere as trevas ao desencanto,
Metonímias para certeza e fé.

Mensageira de uma esperança quase religiosa
De um espanto quase infantil.

Ventre de Ísis,
Calcanhar de Aquiles.

Ambicionar o melhor

Sonhar um amanhã nostálgico
De tanto bem viver o hoje
Não chega a ser um desejo
Arvoro a querer
Um amanhã mais sonhável...

terça-feira, 10 de abril de 2012

As noites nuas não vêm em vão,
Despem-se e vestem-se,
Vêm e vão...

domingo, 8 de abril de 2012

Chaplin...

"Tua caminhada ainda não terminou....
A realidade te acolhe
dizendo que pela frente
o horizonte da vida necessita
de tuas palavras
e do teu silêncio.

Se amanhã sentires saudades,
lembra-te da fantasia e
sonha com tua próxima vitória.
Vitória que todas as armas do mundo
jamais conseguirão obter,
porque é uma vitória que surge da paz
e não do ressentimento.

É certo que irás encontrar situações
tempestuosas novamente,
mas haverá de ver sempre
o lado bom da chuva que cai
e não a faceta do raio que destrói.

Tu és jovem.
Atender a quem te chama é belo,
lutar por quem te rejeita
é quase chegar a perfeição.
A juventude precisa de sonhos
e se nutrir de lembranças,
assim como o leito dos rios
precisa da água que rola
e o coração necessita de afeto.

Não faças do amanhã
o sinônimo de nunca,
nem o ontem te seja o mesmo
que nunca mais.
Teus passos ficaram.
Olhes para trás...
mas vá em frente
pois há muitos que precisam
que chegues para poderem seguir-te."

Texto: Charles Chaplin

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sim, não, irrelevante

Me dê uma gaveta cheia de sonhos
E eu deixo você abrir um botão do meu vestido.
Se eu pudesse matar sem ninguém saber
Seria um assassino em série.
Gosto mais da goiabada que do queijo
Por isso coloco sempre um pouco mais de goiabada.
Vou pagar minhas promessas
Pelos olhos e pelas letras.
Quando misturados nas gavetas certas
Os botões de sonhos brotam rápido, florescem fortes.
Mesmo nas lápides das pessoas mais cruéis,
nos tempos de seca.
A goiabada parecia sangue quando a vi naquelas muletas,
Só não tinha cheiro de goiaba
E ninguém choraria daquele jeito por culinária alguma.

Definição do meu último peguete

Você é aquele pedaço de chocolate que eu guardei na geladeira para mais tarde, mas quando fui pegar já tinham comido...

Periculosidade

Resisti à queda.
Nunca pensei que você fosse capaz daquele empurrão.
O parapeito da janela era alto
E os carros lá embaixo estavam furiosos.

Desde então as freadas me assustam,
Ouço ruídos,
Vejo vultos,
Sinto cheiros.

O analista quer que eu saia aos poucos,
Mas o seu perfume está me perseguindo
E eu não vou me perdoar se eu te perder outra vez.
Os caminhos parecem tortuosos.

Era perigoso,
mas eu persisti
Percorri a pé,
entre galhos e pedras...

Com toda a perícia,
Com toda a malícia,
Resisti às feridas,
Driblei as feras.

Superei a fome,
Tive medo,
Senti frio,
Mas não me arrependo.

Vou seguindo seu cheiro,
E te coloco aos meus pés,
Nem que seja só pelo prazer da rima,
Por ter contado com a sorte.

Ressentimentos

Era só para desconfundir...
não queria explicação,
tampouco lição de moral,
bastava a ética.

Não gosto de gente ressentida
resmungando pelo caminho.
É melhor que fique em casa
assistindo a sua novela
e sujando a sua louça.

Lave sua roupa também por lá,
dedique um tempo ao amaciante,
deixa um cheirinho bom
e o dia fica também mais tranquilo.
É só uma questão de tato.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Saudade de quem já se foi

A saudade é um grão plantado na gente
Que quando contente
Floresce sem ver
E quando há tristeza
A gente sente a plantinha morrer

Doendo no peito 
Tremendo de frio
Chorando, chorando
Lutando, vivendo
Com a dor do vazio

Vai-te embora tristeza
Deixe só a saudade
Vou regar minha plantinha
Adubar com alegria
Cuidar dela no inverno.