Trago no peito um afeto
Desses de sujeito malino,
Que vive bulindo nas coisas,
Inventando arte,
Mexendo no que não é da sua conta.
Vira e mexe encontro coisas valiosas,
Das quais custo me desapegar,
Abraços longos,
Beijos roubados,
Sorrisos banguelas.
Vez em quando me sobram perguntas,
As quais não sei responder.
Não por questão de dicionário,
Tampouco de conhecimentos gerais,
Perguntas infantis, quase banais,
Do tipo que se faz pensar, mas não se deixa responder.
E a criança me olha, insiste:
- Como você faz para não ficar triste?
Jamais direi que estaria a fingir,
Destruir o sonho de uma criança
Que acredita nos palhaços?
Nunca!
Gargalho sem parar enquanto ela escuta...
Ainda bem que memória de criança é curta.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
Tensão
Aquele momento em que há muito silêncio no ar
O céu escurece
E a terra se prepara para receber a chuva...
O céu escurece
E a terra se prepara para receber a chuva...
sábado, 10 de agosto de 2013
Ainda sobre a saudade III
Saudade é cupim nos meus tecidos
Roendo cada fio,
Deixando buracos nos pedaços de malha,
Nas carnes de brim, nos cortes de veludo.
Saudade é auto-boicote
Tortura a memória,
Não deixa a criança brincar,
Tornando os dias discretamente chuvosos.
Saudade é âncora que não fixa nas pedras,
Deixa o barco à deriva,
Ao sabor das ondas,
Ao béu prazer das marés.
Saudade é sintoma de doido,
Divide a pessoa em muitas metades,
E não as deixam se unir,
Sempre falta uma parte.
Saudade, bicho indócil que me corrói,
Não te desprezo pelo estrago que faz,
Esvazia o meu templo mais seguro,
O meu melhor me falta.
E é o que você consome,
Que me destrói e me consola,
Os meus pedaços mais nobres
Ficam entre amigos.
Roendo cada fio,
Deixando buracos nos pedaços de malha,
Nas carnes de brim, nos cortes de veludo.
Saudade é auto-boicote
Tortura a memória,
Não deixa a criança brincar,
Tornando os dias discretamente chuvosos.
Saudade é âncora que não fixa nas pedras,
Deixa o barco à deriva,
Ao sabor das ondas,
Ao béu prazer das marés.
Saudade é sintoma de doido,
Divide a pessoa em muitas metades,
E não as deixam se unir,
Sempre falta uma parte.
Saudade, bicho indócil que me corrói,
Não te desprezo pelo estrago que faz,
Esvazia o meu templo mais seguro,
O meu melhor me falta.
E é o que você consome,
Que me destrói e me consola,
Os meus pedaços mais nobres
Ficam entre amigos.
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