quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Eu que não sei nada de estética!

Puristas de merda
Santificados em altares de títulos
Facilmente corruptíveis

Sacro monte de escritos
Fabricando ídolos por hierarquia
No império da perversão

Julga idiossincráticos
Meus sonhos de liberdade
E ri por definição.

Sua pedagogia está tão ultrapassada
Quanto os seus conceitos instituidores.
Fazem-me lembrar do nobel lobotômico.

Quando o respeito é temor
Quando a autoridade é opressão
Empobreces a estética que tanto julgas conhecer...

Talvez seja melhor eu não saber nada dela
Ganhar um novo umbigo a cada relincho teu
E continuar sendo uma mulher feliz.

Sou ridícula graças aos meus muitos umbigos
Que me permitem viajar em várias órbitas
Onde a sua arrogância não é o árbitro.

Lá pessoas riem por prazer, por felicidade.
As vestes são livres
E as canções, vivas.

Lá a estética é mais que um conceito bem definido por doutores
Escondidos atrás da sombra cavernosa dos seus olhos de vidro
E de seus hábitos pastéis bestificados

Lá o reino do indefinido transcende as gerações.
Criam o inaudível às suas membranas podres,
Castigadas pela sina da não renovação.

Lá a nossa paz é indizível ao seu humor de barro petrificado no tempo
E solúvel à primeira neblina mais ousada
Que doe vida a uma flor.

Suas palavras de homem sério e respeitado que machucam e entristecem
Carecem de revisão não epistemológica
Carecem de revisão de sentidos.



domingo, 21 de agosto de 2011

É, vô...

Sua lucidez me atrapalha.
E o infantilizo em minhas perguntas toscas,
Por não saber como dizer te amo
Enquanto posso.

domingo, 14 de agosto de 2011

A tristeza da moça

Ela sentava e chorava
Ali onde o mar começava
E as ondas iam aumentando.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Antecipação

Antes que pese o tempo sobre o nosso corpo.
Antes que outro corpo sobre o seu pese.
Antes que pesem as lembranças de nós dois.
E o pensamento sobre as lembranças pese.
Me deixe partir.
Me deixe ir bem mais leve.

Antes que haja o aumento da gasolina.
Antes que nossos filhos paguem nosso preço.
Antes que eu saiba o nome daquela menina.
E por você eu perca todo o meu apreço.
Antes que pese o meu pesar sobre nós dois.
Me deixe partir.
Me deixe ir bem mais leve.

Indecisão não faz seu tipo e eu admiro.
Gosto de homens firmes e isso eu reconheço em você.
Não estou te mandando embora,
Só antecipando a hora
Da mudança de endereço.
Me deixe partir,
Me deixe ir bem mais leve.

Solitude e solidão

Não,
Eu não consigo conceber a solidão para você.
Fez mil castelos e brinquedos
E não tem onde morar,
Com quem brincar.

Vida tem dessas coisas,
Mas não sei entender, não consigo.
As flores brotam no asfalto para te receber,
Para te ver passar
Só.

O mundo é um moinho e você dorme só,
A flor e os espinhos em um jarro,
Só.
As gotas de luar refletem o canto só.
E é só isso.

Solitário pela madrugada afora.
Juro, estou contando as horas
Só para te acompanhar.
E deixar a solidão seguir sozinha.
Só isso.

Metáforas

Depois que transbordam me deixam escolher do que estão cheias...

Super-Maria

Maria desce a ladeira da preguiça
Todos os dias com a trouxa na cabeça.
Antes do almoço já tem roupa no varal,
E meio dia Maria já pôs a mesa.

Arruma a casa e ainda se faz bonita.
Leva para a feira muita coisa para vender.
Antes da missa leva os filhos na escola,
Só depois providencia o que comer.

Maria, essa farinha, o que é que tem?
Além da pouca água, tem o quê?
Maria o seu sorriso vai além,
Daquilo que um homem pode ver.

Maria pega os filhos na escola,
Maria tira a roupa do varal,
Chega da feira com um monte de sacolas,
Sobe ladeira para pegar o seu mensal.

Maria dança, ama os filhos e sorri.
Maria sonha em um dia ser artista.
Desenha quadros bem melhor do que o Dali.
Isso sem falar do seu problema de vista.

Maria pinta sempre os seus dias
Com arte e alegria de viver.
Maria, o seu palco é a vida.
Maria, essa farinha tem o quê?

Maria,
Super-Maria,
Não sei se faria,
O que você faz tão bem!

Maria, essa farinha, o que é que tem?
Além da pouca água, tem o quê?
Maria o seu sorriso vai além,
Daquilo que um homem pode ver.

Do que passa

A maquiagem bonita
um dia borra.
A roupa bonita
um dia rasga.
O sorriso bonito
um dia amarela.
O corpo bonito
um dia apodrece.
A beleza muda.
Amadurece,
e constrói um novo lar numa cidade mais fresca e menos poluída...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Poesia pra mim :D!!! Vlw, Polete!!!

De talento imensurável,
De sorriso iluminado.
Alegria que contagia,
...Mas não é carnaval.
Energia que dá gosto,
Mas não é Nescau.
É você, só podia ser você!
E se eu tiver no fim do mundo,

Eu volto pra te ver!

Feliz!!!

Era madrugada...
Todos em casa.
O colchão me abraça.
...
O sol acordou antes de mim,
Apesar de ter ido dormir mais cedo.
Passeia radiante lá fora.
...
Ai, que soninho bom!
E o sol cantarolando lá fora.
Já chegou interfonando.
...
Soninho, vai esquentando a cama.
Peraííí, tô indo também...
Obrigada, vida!!!!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Noite fria

Quando as luzes da cidade se apagam,
E a noite chega traiçoeira,
Esperança veste seu vestido vermelho decotado,
Cruza as pernas na sacada do prédio mais alto.
E fuma um enorme charuto de pétalas aromáticas,
Cobrindo as ruas de neblina e fumaça,
Seduzindo o amor que passeia desavisado...

Caminhador

Seu olhar passeava fracassado
Mirando o que a cabeça permitia,
O chão.

Vivendo sem destino,
Caminhava por si só
Não queria que lhe atrofiassem os tendões.

Dono de uma história cansada
Levava consigo algumas cartas
Com poesias mal riscadas.

Se escondia do mundo.
Duvidava da vida.
E tinha medo da morte.

Não sabia quem era.
Julgava-se sem sorte.
Perdeu por desastre a pessoa amada.

Via o dia morrer,
O sol ir embora,
A lua surgir.

Via a manhã renascer
Com o brilho da aurora,
A lua partir.

Não gostava de caminhar,
Mas gostava do caminho.
E isso era suficiente.

Vez em quando seus olhos marejavam 
E não via nada.
Mas caminhava, por que acreditava na estrada.

Um sono só

Parece que Augusto não gosta de cuecas que lhe apertem os bagos.
Veste samba-canção, ou dorme sempre pelado.
Tirou as pilhas dos relógios para não ouvir os ponteiros
Tagarelando em compassos binários.

Espirrou muito a noite passada
Por causa da colcha nova cheirando a guardado.
Vestiu meias pretas como há muito não fazia.
Acordou quando deu vontade, que alegria.

Dormiu um sono só.
Também não se lembrava da última vez que isso acontecera.
Constatou sem saudade dos sonos interrompidos,
Que é muito bom adormecer sorrindo e acordar sonhando.

Revelação

Eu te amo porque te amo,
Não tem muito o que dizer.
Também não sei o que faria
Se pudesse fazer diferente.
É como uma fotografia
Impressa na nossa frente.
Eu te amando no retrato
E você indiferente...

Incompreensão

Hoje visitei uma lápide que poderia dizer assim:
Aqui jaz um louco pela vida!
Ainda estou refletindo,
Como pode ter sido um suicida?

Lenha de pano

Janela, terno, machado.
Tecido bem dobrado.
Um golpe.
E Augusto agora tem uma camiseta de ombreiras.
Com três grandes botões amarelados.

domingo, 7 de agosto de 2011

A procura.

Amantes,
Amáveis,
Sentindo-se inseguros,
Com medo da dolorosa solidão.

Sonhando sonhos impossíveis de tão infantis.
Seus pensamentos passeiam,
Deslizam entre as lembranças mais doces,
Que os fizeram gigantes.

Caminhando leves por entre os jardins,
Seus passos não machucam as flores,
Nem fazem fugir os bichos.
Só estão à procura de amores.

A simplicidade dos desejos e a grandeza das vontades...
...Devaneios de mentes tão boas.
Não conseguem enxergar a maldade,
Ou veem muito além dela.

Julguei o destino cruel ao vê-los passear assim.
Buscando-se sem nunca se encontrar.
Mas eu estava errada.
Eles andavam sempre juntos.

Sabiam um do outro,
Mas não queriam ser egoístas.
Queriam encontrar quem precisasse mais do seu amor
E seguiam amando durante a procura.

As retinas mais belas

Heterocrômicos.
Aquecendo os dias,
Iluminando as noites.

Sol e lua. 

Luz refratando o mundo,
Adocicando tudo
Com seus reflexos entorpecedores.

Lua e sol.

Enobrecendo os seres.
Brilho do amor mais puro,
Nas retinas dos olhos do céu.

sábado, 6 de agosto de 2011

A hora das rosas

O sino e uma canção triste
Acompanham o meu silêncio,
Uma das minhas verdades.

Sinto que agora é tarde,
E a angústia me conforta,
Porque sei que estou sofrendo.

Os dias parecem iguais,
Mas não são.
E sei que não foram tempo perdido.

Os segundos já alcançaram as horas.
E tudo voltaria a ser como antes.
Tivesse havido tempo para renascer.

Só lágrimas não dizem a minha dor,
Elas apenas transparecem a minha luta.
E tenho fé no final, porque confio na estrada.

Meu espírito está calmo,
Sorrindo em paz.
Calmo, consolado.

Sei que virão as rosas
Sem espinhos.
Outrora superados.

Não é a dor que fica,
São as marcas do aprendizado.
Vão-se os medos, ficam as lembranças.

As perdas foram inevitáveis,
Dolorosas.
E até então inesquecíveis.

Minam atuais todos os dias,
Trazendo à vida a nostalgia
Dessa interminável saudade.

Não queria que tivesse sido assim,
Mas agradeço a força, a amizade.
E o aprendizado deixado pela dor:

Todas as pessoas são únicas, singulares.
Ninguém é substituível.
Mas todos têm um brilho que pode preencher o vazio da escuridão.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Saudade

Tenho saudade de quando você sonhava.
A nossa casa não tinha parede,
E o céu era bem mais colorido.
   

Sinto falta do seu destemor,
Do amor às águas de chuva,
Do abandonar-se ao rio.  

Queria de novo as permissividades mais loucas, 
Os segredos mais bem guardados
Pela naturalização do desvendar.
 
Era bom quando a gente saia.
Sempre descobria algo novo
E ficava deslumbrado até a nova descoberta.
 
Era bom o jeito que a gente se conhecia,
Amava o nosso desconhecer,
E se descobria junto.
 
Era bom quando a gente viajava para dois lados,
E passava a volta pensando
Como seria gostoso o abraço do reencontro.      

Mas era melhor quando a gente viajava junto. 
Conversando, dormindo, cantando,
Viajando.
   
Era bom quando a gente desconhecia o nosso amor,
E acreditava nele mesmo assim.
E cada dia valia a pena...

Sem plano B!

Não, ainda não sei o que vou fazer!
Por enquanto estou me concentrando no que estou fazendo...
... e parece que demora.
Apesar de você achar que não.

Não, não tenho plano B.
Se não der certo posso continuar tentando.
Ou me apaixonar outras vezes,
Ter novas ambições.

Sabe que sonho muito.
Não me faltará o que fazer.
E acho que tenho vida suficiente pra isso.
Espero que não me falte.

Eu sei, o dinheiro é seu.
Mas não se preocupe,
Não é a ele que amo.
Procurarei outras fontes.

Esses anos fora de casa me ensinaram muito.
Entre saltos e quedas aprendi que posso ir longe.
Onde as suas vistas ainda não alcançam.
Ou fingem não enxergar por medo do tombo.

Agradeço a confiança, o investimento, a compreensão...
Imagino o dia em que as cobranças serão findas,
E, sem culpa, eu receba só o amor.
Contemplando a beleza do percurso que fiz.

Te respeito muito, te admiro mais ainda,
Te amo incondicionalmente,
Mas não somos iguais
E quero ser eu.

Quero meus medos,
E principalmente os meus anseios.
Mas te levo comigo em cada lembrança,
E conto com a sua torcida.

Lembro de quando eu tirei as rodinhas de apoio da bicicleta
E você ficou no portão reprovando.
Olhando com medo de eu me machucar.
Sabia que eu podia, mas não queria que eu me arriscasse.

Em pouco tempo eu já estava soltando as mãos.
Lembro daquele acidente, parecia que o caminhão ia me matar. Apaguei.
Quando voltei o que mais me doeu não foram as feridas, nem os hematomas.
Foram seus olhos insones, inchados de tanto chorar.

Eu te ouvia, e tomava cuidado.
Mas o vento batendo no meu rosto me ensandecia.
E eu acelerava,
E abria os braços para voar...

As asas?
Sinto que estão crescendo aos poucos.
As pontadas nas costas não me deixam dúvidas.
Estou escalando uma montanha bem alta para o voo perfeito.

Se eu não arremeter?
Não, não tenho plano B.
Mas, não chore.
Só não fomos iguais.

E acredite,
Posso não ter te amado do melhor jeito,
Mas te amei com tudo o que pude.
Sem restrições.

Se eu arremeter?
Volto para te dar uma carona!
Te mostrar a estrada de cima,
Para curtirmos o vento batendo na cara!

Para que acredite,
Que com amor a gente pode tudo!
E que o plano B não era o mais importante.
Poderíamos sempre repetir o plano A.

Estranhamente feliz!

Estranhamente feliz!
Por amar algo que fiz e deu certo,
Mas ainda sem saber o que!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Seguindo com Augusto

Augusto chegou e nem desfez a mala
Fez um convite irrecusável
Queria que eu seguisse viagem com ele
E como era irrecusável
Não resisti...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Os super poderes de Júlia

Júlia é tão contraditória quanto amável.
Ela não tem super ego,
Mas teima em ser o super ego alheio.

A mulher vulcão.
Tem o poder dos três dias,
No primeiro se apaixona,
No segundo chora,
No terceiro esquece.
O quarto dia não existe,
Porque é o primeiro de um novo ciclo.

Uma mulher intensa
Com um coração gigante.
Desconhece o quarenta e quatro.
É oito ou oitenta.

Daria a vida por um amigo,
Mas antes disso provocaria muitas outras mortes.

Amiga,
Companheira,
Doce,
Arredia.

Não sabe lidar com suas emoções,
Mas nunca vai admitir isso.
Em seu lugar eu também não saberia,
E talvez não admitisse também.
Senão eu não seria ela.

É muito sensível,
Temperamental,
(íssima).
Temperança passou longe.
Aliás, é um excesso.
Quanta vida num só ser.

Devora os dias em todos os seus segundos,
Milésimos,
E ainda lhe sobra tempo.
Única.

Não consigo imaginar um mundo só com pessoas como Júlia.
Tão enérgicas.
Seria uma dádiva,
Ou uma catástrofe.

Surpreendentemente previsível,
Previsivelmente surpreendente.
Uma dessas pessoas que fazem a diferença na vida.
E que fazem a vida valer a pena.

É muito bom conhecer Júlia,
Aprendo sempre,
Dando muita risada,
E com a adrenalina lá em cima!!!!!

Com carinho.