domingo, 2 de maio de 2010

Tábua da incompreensão.

Canto um conto e você canta um cordel.
Esperando o sol baixar,
Ao seu lado um abajur de pedras
Queimando o verde das folhas, gastando o vermelho do céu.

Sinto o vento e ali na próxima curva vejo:
Um fulano vende o céu. De vermelho agora, eu.
- Negócio jurídico impossível: Objeto não passível de apropriação
- Ato jurídico imperfeito: Sujeito relativamente incapaz

E se fosse eu a tentar vendê-lo? Não...
Para vendê-lo é preciso de um pouco mais de “lobby”
Um pouco mais de “todinho” na criação
Tivemos muita farinha e rapadura: Métodos inapropriados para a produção científica e realização de alguns negócios jurídicos.
É preciso partir de pressupostos institucionalizados,
Ou sua pesquisa não terá eficácia, pelo menos não nessa prateleira.


Verdades irrefutáveis na tábua da compreensão
Serei eu o sujeito incapaz ou o incompreendido?
Tanto pirão na mesa (e a farinha já acabou faz tempo).
E a negrada lá na dispensa ainda lava as mãos feridas pelo ralador.


Cantando contos de cordéis, vendo a lua subir, sem tanto verde pela janela, só o vento seco passeando no céu vermelho como as chamas em cozimento da garapa, endurecendo em rapadura, conhecimento que não se encontra em livros... Na prateleira incertezas: vejo negócios realizados facilmente, sem perfeição ou respeito aos pressupostos. Sem farinha, sem verde, sem chama. E deliciam-se com o pirão... Vai provar desse gosto?

(Ana Míria Carinhanha)

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