Temo sentir-me velha ou aproximar-me da morte ao dizer essas palavras, mas parece mesmo que a vida se complica por nossos desejos de seguir retas alheias sem sequer saber se gostamos das retas.
Sinto que complicam os caminhos com uma necessidade desmotivada de seguir estanque, marchando e sem muitos sorrisos. Julgam estranho o homem que prefere duas janelas a duas portas e não tem nada que explique esse desapreço a não ser uma convenção anterior que nem nos faz sentirmos melhor.
Não obstante a quantidade de janelas ou as formas de percorrer o caminho, pior tornaram-se as escolhas dos caminhos, famigeradas decisões prevendo aptidões pre-inexistentes para a manutenção/alcance desesperad@ de um status quo compartilhado por pessoas que nem são admiradas pelo caminhador.
O semblante da vida sorri menos tenso quando simplesmente saltam janelas e correm em zig-zag criando um próprio conceito em caminhos indeterminados.
E é mais do que loucura, é paixão por viver. Os suspiros desdobram-se uns sobre os outros acariciando-se em movimentos circulares e não muito velozes. É o viver pedindo licença para se esparramar por entre as carnes. Os poros se elevam saudando a sensação de desconhecer as retas. Agradecendo a sua resiliência clamam em cortejo por sobre a pele: viva! Que suporte! Viva! Para além dos suportes!
Um aplauso sem fim a esse ser tão irreverente, incompreensível aos olhos mais atentos e de aguçada visão, mas perceptível ao tato sensível do cego que faz um lindo laço sem nó.
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