segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Relutância

A vida pede coragem
E eu tenho medo
Dei tudo de mim
E as incertezas me engolem famintas.

O corpo cansado,
Doente na cama
Está mais disposto
Que a alma vazia
Cheia de solidão.

Para onde foram as crianças,
Os sonhos,
As lembranças que me faziam sorrir?

Transitei pela rua ontem a noite,
Vi a desesperança
De quem nem se atreve ao desespero.

Pelas ruas virando latas
Com as mãos sujas de lamento
E suadas do abandono.

Porto, cais, rebento
Carentes de boticários
Para cuidar-lhes do corpo,
Da alma, da mente.

Brota teimosa a semente,
Sem nutriente que lhe permita crescer
Sem beleza, sem saúde,
Sem vigor,
Teimando com a vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário