domingo, 25 de março de 2012

A velocidade das formas

O piloto não reage
O carro não move
O vento não soa
O motor não canta
Autorizada a largada
Ele não vai competir
Não esboça reação
O capacete guarda um mundo
Olhos abertos
Não fixam ponto algum 
Miram o nada
Não faz nem desfaz
Parece que ataca
Enquanto se recolhe
Sem se mexer
Não ouve a sirene, o rádio da equipe
Os carros se aproximam
E uma volta atrás
Acelera sem vontade
Encosta no box
Sai do carro
Caminha lentamente
Retira o capacete
Abraça a esposa que aguarda aflita
Chora como um menino
Já não é um piloto
É mais um que não entende o enredo,
Mas amanhã estará a procurar emprego.

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