terça-feira, 5 de julho de 2016

Deus de quintal I

Se Deus ou Deuses existem e podem nos ver
Se ele ou eles tem algum plano ou desejo para/por nós
Não sei dizer se estão contentes
Mas acredito que se divirtam
Pelo menos comigo.

É curioso pensar que nos movem o medo e o suborno
Do inferno ao céu e vice versa
Tendo a morte como intermédio
Nos ensinam do jeito mais vil a ética utilitária
Metafísica da fé

Em nome desta nos animalizaram,
escravizaram,
almatizaram,
embranqueceram,
corromperam, deterioraram...

De que me serve uma fé não genuína?
As promessas incertas, boas e ruins, paralisam, iludem.
Movimentam como onda que aterrissa na areia
e se esparrama sem saber para onde...
Se é gota que penetra o solo,
Ou se é gota que volta para o mar.

Entre o ir e o ficar...
Na dúvida, é-vapor-ar
Tomo os céus
Tenho sedes de horizontes
Que me queimam ao cair dar tardes
Ou me molham com as neblinas da madrugada

Se existe um Deus ou deuses,
Certamente habitam os ares
E passam temporadas com as avós gordas, negras e de bem com a vida
Brincando com as crianças nos quintais do interior da Bahia.

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