Combinava infância e pecado de um jeito só seu.
Molhavam lábios
As curvas do plebeu.
Os pelos negros sobre a alvez de sua candura
Fizeram-me desejar...
Quanta loucura.
Água escorrendo por entre os dedos;
Passava veloz pelas escadas;
Vertia pelos degraus, e eu tinha sede.
Muita curva para pouca reta.
Essa noite não dormiria;
Imaginando... me tocaria.
A culpa era sua;
As curvas, suas;
A vontade, minha.
O desejo, meu;
O gracejo, seu;
O super ego, Deus.
Os grandes Outros jamais nos permitiriam.
Falam de impureza,
De aberração da natureza.
Lascívia, perversão.
Como posso eu culpar-me,
Por mexer-me o coração?
Sua beleza me tortura.
"Ah, bruta flor do querer,
Ah, brota flora, bruta flor".
Entendo Caetano,
E entendo também a Frankie Valli:
"Can't take my eyes off you"
Não me vê e preciso falar.
Mas se abro a boca,
Muitos vem tentar-me calar.
Não te conheço, é verdade, por isso demonizam minha vontade.
E paro nas prescrições ilegítimas da sociedade.
Não compreendo. Não a essa brutalidade.
Queria beijar-lhe,
Dar-lhe carinho,
Coisas que um desconhecido não faz.
Que faço eu
Pobre moça,
Sofrendo de vontade por um belo rapaz?
quarta-feira, 6 de abril de 2011
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