quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Amarelas

Me tira daqui
Que a lembrança daquelas rosas amarelas não me deixam dormir.
Enfeitam o altar tão alto, tão grande, tão distante.
E me impedem de descansar.

Não sei se era eu,
Não sei se era Deus,
Mas o mármore frio,
Gelou-me também os pés.

Descalça, pensei que o homem que ali dormia
Tremia por conta do tempo,
Que passada cada vez mais frio
Entre os poros por sob as pedras.

Talvez fosse Deus,
Ou minha culpa cristã,
Me faziam tristeza no peito,
Sempre que olhava para o tal sujeito.

E as rosas amarelas enfeitavam o altar.
Tão vivas, tão belas.
Pareciam gostar da frieza do mármore
Se espalhando pelo recinto.

E o sujeito girava procurando posição,
Como um cão que sonha e revira no chão,
Sem saber que nunca será compreendido.
Julgados sempre aquém dos sonhos ou do sereno.

Talvez fosse eu
E esses olhos miseráveis,
Enxergando sempre o refugo,
Desprezando até o esforço das rosas amarelas que não me deixam descansar.

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