terça-feira, 4 de outubro de 2011

Aulas de conquista

Era só um garoto
E eu queria muito beijá-lo.
Em seus vinte e poucos anos
Aos meus olhos era um menino.

Tinha barba e fumava,
Mas seus caixinhos,
Seu sorriso quase infantil,
Não me permitiam tocar-lhe a face.

Os lábios carnudos um dia se atreveram
Aproximaram-se com a malícia de um adulto.
Mas recuei, disse que não iria beijá-lo,
Sem saber muito bem o porquê.

Eu queria, mas não o fiz.
E naquela noite beijei outro homem,
Que nem me apetecia tanto quanto àquele dono dos lábios carnudos,
Entretanto, quase infantis.

E o jeito de olhar,
De falar, de sorrir,
Não me deixam esquecer que o quero,
Mas que é só um menino.

Os óculos ajudam a imprimir na face o eterno ar colegial
Desajeitado com as meninas,
Mas muito bem quisto por elas.
Um garoto inexperiente.

Talvez essa seja a resposta,
Ou, por fim, a grande questão.
Teria que ensinar ao garoto?
Ou sou eu que preciso aprender?

Ele respeita demais,
Poderia ser mais ousado.
Mas é tão bonitinho,
O seu jeito acanhado.

Diz saber o que faz,
Mas não me sinto segura,
Acredito no menino, no garoto,
Mas duvido do homem, do rapaz.

Pensa como um dragão,
Age como um felino,
Sorri como uma criança,
Más é só um menino.

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