Como pode um garoto
Seduzir-me com as palavras
Colocando-as lado a lado
Como quem lapida preciosamente uma pedra.
Suas pausas, seus silêncios
Remetem-me a uma operação delicada
Em que cada ação ou omissão são fatais,
Nesse caso, vitais.
Empreende tanta vida em cada sílaba
Que chego a temer terminar seu texto
E leio uma, duas, quantas vezes mais seus escritos pedirem
Deixo passearem por mim à vontade.
Quando consigo me libertar da leitura
Vejo que foi uma mentira.
Ainda estou presa
Esperando o próximo escrito.
Lembro do seu sorriso tímido
Das suas poucas palavras
Do óculos que o protege
E o imagino escrevendo...
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
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