quinta-feira, 2 de maio de 2013

Confissões a Bastos

Quero um lugar seguro
Para guardar esse sentimento que eu descobri contigo.
O coração flamejante, os poros falando,
O pensamento intranquilo embora afagado
Pela saudade que me traz você.

Não chego a ter medo, mas receio o tempo.
Preciso te ver,
Derramar em você esse amor que de mim transborda
Sujando a minha cama, as paredes do meu quarto
Fazendo tudo impuro.

Não me encanta mais a pureza,
Há tempo já não tenho certezas
Às quais eu possa me apegar.
E pelo contrário, a cada dia que passa
Amo mais o perigo, me seduzem mais as tempestades.

Também não somos inocentes nessa história sem culpa.
Os acordes que dedilhamos juntos
Pintaram no hálito da noite uma melodia tortuosa.
Sonhamos cachoeiras,
E discordamos sem perder o romantismo.

Somos poetas e o sabemos.
E só não digo mais, menino,
Porque sinto que me apaixono
E sabes que me entrego, me atiro e tombo
Feito as cordas que soam nas noites insones.

Não te peço refúgio,
Você é a minha perda mais fugidia,
Os meus pecados sem remissão.
E seremos amantes até o fim dos dias
Antes de você dizer eu já sabia.

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