Eu: fruto do que admiro e do que me corrompe. Sou a crença na fé e na descrença
A terra e o asfalto.
A brisa seca, a úmida, a suave, a arredia.
Eu sou os restos do coração estraçalhado de saudade.
Sou o estardalhaço resultante do seu sorriso.
Sou os pulos do menino sedento de vontade.
Sou o desejo, o toque, o beijo.
Eu sou o meu Deus.
Meu anjo, meu demônio.
Sou tudo que falta em mim, o que me completa e o que me excede.
Sou os versos escritos na gaveta.
A oração perdida no tempo.
Eu sou o amor que desejei; que doei; que jurei.
Sou a mentira mais certa perdida nos olhos daquele que não me vê.
Eu sou a lua, sou o mar, sou o labirinto.
E sou também as trevas, a luz, a imensidão, o infinito.
Sou a abelha, o mel, a torre e o arranha-céu.
Sou o contexto, o sujeito e o predicado.
Oração mais que perfeita.
Eu sou a dor, o tédio, o horror.
Eu sou a glória, a alegria, a vitória, o esplendor.
Eu sou o fato, o feto.
De fato, afeto.
Um mosaico em fragmentos.
Quebrando um pouco a cada dia.
Tomando forma entre a cola e os cacos.
Eu sou a ausência de mim
Nos verbos de abandono e solidão
Sou a fuga da melancolia
A busca incessante pelos sonhos
Sou a paixão
Sou a vontade de ser
Sou quando nem posso pensar se sou
Sou o indefinível. O indecifrável. Aquilo que simplesmente é.
Minh´alma grita o ser dentro de mim
E eu sou
Sou a esperança de ser tudo aquilo que um dia eu quiser
Sou aquilo o que quis e quero
Ainda que mudasse alguma coisa se pudesse
Mas não há muito o que fazer
Simplesmente: sou!
domingo, 24 de outubro de 2010
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