sábado, 23 de outubro de 2010

Simplicidade do saber sincero

Não consegui desvendar
a maciez da voz
a ternura do olhar

Poder-se-ia dizer frágil
Não fosse a firmeza dos propósitos,
A hagilidade com os verbos
E substantivos, e advérbios, preposições.

Adjetivos, poderia usá-los aos montes
Para tecer elogios àquela inteligência
Doce saber provocante
Diria até, sedutor

Palavras suaves em propósitos firmes
Algo incomum no mundo acadêmico
Em que os gênios se engolem à procura de discípulos

Admiradores pretendendo a metamorfose
Tornarem-se futuros mestres
Cospidores de teorias e metáforas
Carentes da simplicidade outrora facilmente encontrada em suas perguntas de aprendizes

Vasculham a vasta gama de novos conhecimentos
Em busca de novos conhecimentos
Esquecendo de resgatar os antigos
Citando-os por amostragem,
Pelo desejo de elocubração sem fim

Esse desejo ali eu não via.
Busquei-o para desmistificar a maciez da voz, a ternura do olhar
E, ainda sem entender
Admirei a simplicidade do agradecimento
Parabenizando a simplicidade e a sensibilidade de outras palavras

E com poucas palavras
Falou-me que o recado fora sincero
E que chegara em bom momento
Sem maiores explicações

Despediu-se com beijos
Como quem não sabe o que são
Ou como quem os usa por hábito
Deixando escapar quase que incoscientemente um carinho sutil

Sutil como a voz macia e o olhar terno
Os propósitos firmes e as palavras suaves
O agradecimento simples e despretencioso
Como esse escrito.

Um outro elogio
À simplicidade do ser
Traduzida em palavras
E recado sincero.

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