quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Caminhador

Seu olhar passeava fracassado
Mirando o que a cabeça permitia,
O chão.

Vivendo sem destino,
Caminhava por si só
Não queria que lhe atrofiassem os tendões.

Dono de uma história cansada
Levava consigo algumas cartas
Com poesias mal riscadas.

Se escondia do mundo.
Duvidava da vida.
E tinha medo da morte.

Não sabia quem era.
Julgava-se sem sorte.
Perdeu por desastre a pessoa amada.

Via o dia morrer,
O sol ir embora,
A lua surgir.

Via a manhã renascer
Com o brilho da aurora,
A lua partir.

Não gostava de caminhar,
Mas gostava do caminho.
E isso era suficiente.

Vez em quando seus olhos marejavam 
E não via nada.
Mas caminhava, por que acreditava na estrada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário