terça-feira, 5 de julho de 2011

Era um dengo só

Desfazia-se entre abraços, beijos,
E qualquer outra carícia.

Todos queriam ver sua boca se enlarguescendo num sorriso tímido,
E a maçã do rosto levantando os olhos que se encolhiam.

Miravam o chão tentando se esconder,
Mas não adiantava.

Todos sabiam que aquela dureza era uma farsa
E se desmanchava a qualquer afago.

Teimosas, suas sobrancelhas voltavam a se arquear,
Simulando um não acontecimento.

Adorava se enganar.
Deixava o medo sufocar-lhe.

Mas a qualquer toque que se aproximava,
A maçã se animava, sapeca.

Empurrava a tensão para fora do rosto 
E apertava os olhinhos enternecidos.

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