quarta-feira, 20 de julho de 2011

Revolta de Cronus

Quebraram meu relógio por brincadeira!
Preciso acordar,
Mas quero dormir.
A noite foi longa.
E já não tenho noção dos dias.
Uns tão distantes,
Outros me sufocando,
Em ordens invertidas,
Saltando acrobaticamente em minha mente.

Faz tempo que não encontro o sol pelas ruas.
O danado anda se escondendo de mim.
Sempre que acordo e saio à janela
Vejo que já se foi.
E espera eu adormecer para aparecer.
Deixando a lua de consolação.
Pelo menos ela me dá atenção e cada vez mais linda.
Iluminando meus dias insistentemente noturnos
E surpreendentemente produtivos.

É, pirraça.
Sumiram com os ponteiros,
Drogatizaram meu sono,
Seduziram-me em sonho.
Quando a cidade acorda,
Meu corpo amolece e uma magia me toma,
Me leva num transe quase profundo.
E eu durmo com o outro lado do mundo,
Enquanto o lado de cá acorda.

Cronus anda sempre bêbado,
De ressaca ou com enxaqueca.
Dorme mais do que deveria,
E levanta com mau humor.
Tenho medo de suas crises,
Que resvalam em mim muito fortes.
Fazendo-me relembrar os dias
Em que estive mais perto da morte.
Por um triz eu me salvaria,
Se não tivesse chegado atrasada.

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